Pela primeira vez, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex-Brasil) organiza uma missão empresarial para ajudar
empresas de pequeno e médio portes, com pouca ou nenhuma experiência em
comércio exterior, a vender seus produtos lá fora. Entre os dias 19 e 23
deste mês, 37 companhias embarcam para Colômbia e Peru com expectativa
de fechar negócios e ampliar o faturamento. Elas passaram pelo Projeto
Extensão Industrial Exportadora (Peiex), um programa da Apex para
capacitar empresas brasileiras iniciantes na atividade exportadora. A
missão também será integrada por mais 23 empresas que já têm know how em
exportação.
As companhias são principalmente dos setores de alimentos e bebidas,
casa e construção, moda e confecções, máquinas e equipamentos, e
cosméticos. O gerente de competitividade empresarial da Apex, Tiago
Terra, disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a
Colômbia e o Peru foram escolhidos porque tiveram um crescimento forte
do consumo nos últimos anos e apresentaram grande potencial de mercado
para os produtos brasileiros. "A Colômbia tende a ser o nosso grande
parceiro no futuro por causa do crescimento do seu mercado doméstico",
explicou. Segundo ele, o país é mercado prioritário para 41 dos 74
projetos setoriais que a Agência desenvolve com as entidades
empresariais.
A Apex fez uma prospecção de mercado para identificar potenciais
compradores dos produtos brasileiros e agendou rodadas de negócios para
as empresas que integrarão a missão. "A empresa não vai se não tiver
certeza que vai sentar à mesa com compradores", destacou Terra.
O diretor-geral da Plastifluor Indústria e Comércio de Vedações,
Marcelo Santucci, disse que pretende conquistar mercado na América
Latina para exportar fita veda rosca, produto de uso massivo na
construção civil e que representa 80% do faturamento da empresa. Ele
explicou que apenas Brasil e Argentina fabricam o produto na região, mas
o principal fornecedor para os países da América Latina é a China.
Santucci disse que a Plastifluor tem uma atividade muito tímida de
exportação, mas quer atingir US$ 10 milhões em exportação nos próximos
quatro anos.
Rodrigo Spilla, responsável pela área de comércio exterior da Play
Park Brinquedos, fabricante de brinquedos infláveis, também pretende
disputar mercado com os produtos chineses. Segundo ele, os brinquedos
fabricados e exportados pela China são de baixa qualidade. Spilla
afirmou que a sua maior expectativa é em relação à Colômbia porque o
Peru não tem tradição no uso de brinquedos infláveis. Ele informou que
tem 16 reuniões de negócios agendadas na Colômbia.
A supervisora de venda no segmento de exportação da Conimel, Flávia
Neves, disse que a empresa exporta há três anos para a América do Sul e
Central, mas tem pouca entrada na Colômbia e no Peru. Segundo ela, a
empresa espera, ao participar da missão da Apex, encontrar
distribuidores para aumentar as exportações de materiais elétricos para
esses dois países. "Queremos definir um parceiro para uma venda mais
constante", afirmou.
Antes das reuniões de negócios, os representantes das empresas terão
que participar de seminários com autoridades da Colômbia e do Peru
ligadas ao comércio exterior. Também visitarão a parte logística dos
dois países, como portos. O objetivo é oferecer às empresas
conhecimentos necessários para a realização de negócios como regras para
importação e exportação, controles fitossanitários e questões cambiais.