Vários
setores que envolvem médias e grandes empresas estão mais perto de serem
beneficiados pela desoneração da folha de pagamento. O pacote está previsto na Medida Provisória (MP)
nº 582/12, editada pelo governo em setembro. Inicialmente a previsão era
que 15 setores fossem beneficiados, mas o relatório do deputado Marcelo Castro
(PMDB-PI) - aprovado ontem (6) pela comissão mista criada para analisar o
assunto - incluiu outros setores no pacote de desoneração. A medida prevê a
substituição da contribuição previdenciária por uma alíquota de 1% a 2% sobre o
rendimento bruto das empresas.
O relator
não soube informar exatamente quantos setores foram incluídos no relatório
final nem o valor da renúncia fiscal da desoneração proposta. Porém, apenas os
setores previstos no texto original da MP representavam uma renúncia de
arrecadação de R$ 1,7 bilhão em 2013 e R$ 1,9 bilhão em 2014, segundo ele.
Na nova
lista entraram, por exemplo, os serviços de infraestrutura aeroportuária, táxi
aéreo, transporte ferroviário de passageiros, metrô e transporte internacional
de cargas. Também foram contemplados serviços hospitalares, a indústria da
reciclagem e empresas jornalísticas e de radiodifusão. "Não há nenhuma
coisa estranha à medida provisória, não tem nenhum jabuti. Eu não inventei
nada, não criei nada. Apenas, estendi, expandi dentro do espírito da medida
provisória", explicou o deputado.
A comissão
aprovou uma emenda do relator que amplia a possibilidade de empresas declararem
Imposto de Renda pelo lucro presumido. Hoje, segundo o relator, só podem fazer
essa opção as que têm faturamento até R$ 48 milhões. A emenda aprovada amplia
esse teto para R$ 70 milhões.
"Houve
uma discordância explícita do governo com relação ao aumento do valor do lucro
presumido. Eles queriam que não mexêssemos nisso. Mas isso eu fiz com absoluta
convicção porque, há vários anos, o governo não atualiza esse valor",
disse Marcelo Castro. O parlamentar acrescentou que foi informado pelo governo
de que a medida teria um impacto de R$1 bilhão.
O senador
Francisco Dornelles (PP-RJ) comemorou a aprovação do relatório na comissão.
"A inclusão do lucro presumido faz parte do contexto de redução do custo
Brasil. Ela beneficia enormemente a empresa na medida em que diminui toda a
burocracia de natureza fiscal e ela não traz nenhuma perda de receita para o
governo", disse. Segundo Dornelles, o percentual do Imposto de Renda sobre
a receita na base do lucro presumido dá um valor maior do que o daquelas
empresas que pagam pelo lucro real .
Um grupo de
parlamentares defendeu a inclusão da indústria química no texto, mas o
requerimento apresentado pelo deputado Vanderlei Siraque (PT-SP) acabou sendo
rejeitado pela maioria. Na avaliação do relator, como se trata de um setor
muito grande, seria necessário um regime diferenciado e a apresentação de um
projeto de lei detalhado.
Para não perder a validade, a medida provisória, que já foi prorrogada, precisa ser votada até o dia 28 de fevereiro pelos plenários da Câmara e do Senado.
Fonte: FENACON
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