sexta-feira, 4 de julho de 2014

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=166089

Indústria do País cai 4,5% em oito meses

Segundo o IBGE, segmento de veículos automotores foi o que exerceu a principal influência negativa no período

FABIO BRAGA/FOLHAPRESS/JC
Queda na área automotiva acarreta prejuízos à produção de bens de consumo duráveis
Queda na área automotiva acarreta prejuízos à produção de bens de consumo duráveis
A produção industrial brasileira acumula perda de 4,5% desde outubro do ano passado, apontam os dados do IBGE. Foi nesse mês que se iniciou o período mais marcado de quedas da indústria, segundo o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo. “No conjunto, esse comportamento da redução da atividade industrial não é só de maio nem só dos últimos três meses. Após o soluço de agosto e setembro, há um comportamento de queda bem marcado na indústria. Nesses últimos oito meses, o saldo da indústria está negativo como um todo em 4,5%”, afirmou.

A indústria se encontrava, em maio, em patamar 5,5% abaixo de seu pico de produção, atingido em maio de 2011. Em maio, a indústria recuou 0,6% frente a abril, na terceira queda seguida. A maior influência para o desempenho da indústria tem sido o setor de veículos automotores, embora haja disseminação de taxas negativas em diferentes setores de atividade. A produção do segmento caiu 3,9% em maio, após recuo de 0,7% em abril e 6,5% em março, considerando a comparação com o mês anterior.

“O setor de veículos automotores exerce a principal influência negativa não só pela magnitude do recuo como pelo peso na indústria. Mas há um predomínio de taxas negativas”, disse Macedo. Redução de exportações, com destaque para Argentina, e demanda interna mais fraca, com efeito de crédito mais caro e comprometimento da renda das famílias, são alguns dos fatores que contribuem para esse cenário, segundo ele. Macedo reconhece também que pode haver um certo esgotamento da demanda.

O recuo de veículos automotores afeta a produção de bens de consumo duráveis e de bens de capital. Em bens de consumo duráveis, a produção tem sido afetada por automóveis e também pela redução no ritmo de alta de eletrodomésticos. O crescimento, que tinha sido de 23,8% entre janeiro e março, passou a 17,4% entre janeiro e maio.

Esse segmento vinha sendo sustentado principalmente pela linha marrom, com alta por causa das televisões sendo produzidas para a Copa do Mundo, mas passou a mostrar arrefecimento em maio. O produto responde por 85% da linha marrom. A taxa de crescimento da linha marrom em maio foi de 9,8%, frente a maio do ano passado, após taxas de 20,9% em abril e 41,9% em março.

Já o segmento de móveis, que teve prorrogação na alíquota reduzida do IPI, caiu 9,1% em maio, 14,4% em abril e 10,9% em março, sempre na comparação com igual mês do ano anterior. “Embora tenha ainda redução de IPI e o programa Minha Casa Melhor, isso não vem surtindo muito efeito para o setor de móveis ou é muito menor que no passado. Há predominância de resultados negativos - afirmou.

Segundo André Macedo, a greve dos funcionários do IBGE tem algum impacto no processo de trabalho, mas a pesquisa da indústria tem um componente diferente, já que os questionários são respondidos por via eletrônica pela maioria das empresas. Assim, a falta de informações está dentro da média histórica, entre 3% e 4%. “Claro que todo movimento de greve tem impacto no processo de trabalho, mas nada que tenha impedido fazer a divulgação com a qualidade que a gente sempre divulgou.”

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