sexta-feira, 14 de julho de 2017

Atualização e qualificação precisam ser prioridades para os contadores -

Fonte: Jornal do Comércio http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/07/cadernos/jc_contabilidade/572153-


Roberta Mello

Atualização constante é importante em todas as práticas profissionais. No caso dos contadores, é fundamental, dada a quantidade de novidades que surgem a todo momento, seja no âmbito das legislações tributárias, das normas, tecnologias ou obrigações. O mercado de trabalho exige atualização constante, profissionais seguros de suas atitudes perante os desafios impostos e em conformidade com as exigências. 

O ano começou com recorde no número de desempregados no País. Cerca de 11,5% da população trabalhadora está fora do mercado de trabalho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar do cenário marcado por incertezas no ambiente econômico e político, 2017 será promissor para profissionais com conhecimentos de diferentes áreas do processo de produção ou serviços, capazes inovar e gerar negócios, na avaliação da Wyser, empresa de recrutamento e seleção para média e alta gerência, da multinacional de recursos humanos Gi Group. 

Apesar da recessão econômica e da crise política, a profissão contábil é uma das que continuam em alta. No ano passado, a categoria ocupava a liderança do ranking entre os segmentos de mercado que ofereciam maiores oportunidades no Brasil, conforme levantamento da Wyser. 

Em 2017, os contadores saíram das 10 primeiras posições da listagem, porém continuam com demanda em alta. O diretor da Wyser Fábio Nogueira afirma que os contadores continuam entre as 15 categorias mais demandadas e que a queda não é preocupante. 

"O que ocorreu, na realidade, foi o aumento da demanda em outras áreas que, em 2016, quando as crises econômica e política eram mais claras, estavam estagnadas. Quando houve melhora no cenário macroeconômico, outras profissões se sobressaíram", explica Nogueira. As três profissões mais promissoras em 2017 são gestor de logística, especialista em mídias sociais e pesquisador. 

Manter-se em constante atualização é essencial. A demanda é praticamente a mesma do ano passado. "As médias e grandes empresas continuam buscando profissionais mais especializados, com sólida formação acadêmica e domínio do inglês e outros idiomas, além da habilidade para detectar oportunidades de crescimento tanto internamente como no exterior", sugere Nogueira. 

A contabilidade, diz o especialista, é uma das poucas áreas que conseguem manter-se em atividade tanto em momentos de recessão quanto de crescimento. Quando uma empresa enfrenta dificuldades, o contador é o profissional capaz de fazer a análise dos gastos, realizar o planejamento tributário, pensar em reduzir custos e, até mesmo, em casos extremos, apontar a melhor maneira de entrar com pedido de recuperação judicial ou declarar falência. "Nos momentos de abertura, o profissional contábil é um dos primeiros contratados e, quando há a possibilidade de expansão da empresa, também continua sendo decisivo", salienta o diretor da agência de recrutamento. 

Um marco importante para a maior valorização no País, diz o diretor de Desenvolvimento Profissional do Ibracon Nacional, Tadeu Cendón, foi a adoção, a partir de 2007, das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS - International Financial Reporting Standards). "Uma vez que decidimos adotar, somos diretamente afetados às atualizações cada vez mais constantes nas transações internacionais, nas emissões de notas, no código de ética, na prática em geral." 

 Educação continuada deve ser busca de todos profissionais 

 A educação continuada, exigida aos auditores independentes desde 2006 no País, veio para garantir a atualização constante através da participação em eventos certificados, ou seja, que realmente têm conteúdo relevante com profissionais capacitados. Contudo, diz a vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do Conselho Regional de Contabilidade do Estado (CRCRS), Magda Wormann, "independentemente de ser obrigado ou não, o contador sempre tem que procurar a qualificação". 

A norma que regulamenta, hoje, o Programa de Educação Profissional Continuada (PEPC) é a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) PG 12. Recentemente, além dos auditores independentes inscritos no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (Cnai), mais categorias estão obrigadas a comprovar qualificação constante, como aqueles profissionais, inclusive sócios e responsáveis técnicos, que estejam registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que exerçam atividade em instituições bancárias e em seguradoras. 

Os profissionais devem somar no mínimo 40 pontos ao longo de um ano em participações em eventos certificados. Ao final do ano, solicitam a renovação da autorização para continuar trabalhando. A partir de 2018, o PEPC também irá incluir os peritos contábeis inscritos no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC). 

Para facilitar o acesso de quem está longe dos grandes centros, o próximos passo é criar meios de validar o Ensino a Distância. "Estamos trabalhando para implementar um projeto para que, no futuro, consigamos validar os cursos com transmissão pela internet. É preciso investir na parte tecnológica, pois precisamos garantir um sistema de interação com o ministrante e de comprovação da participação, seja através de um exame ou qualquer outra maneira", diz Magda. 

Tecnologias são aliadas na gestão 

 A contabilidade mudou muito nos últimos anos. A inserção de novas tecnologias nesse mercado alterou o dia a dia, processos, profissões, carreiras e o relacionamento das empresas com sua rotina fiscal. Compreender como essa mudança começou e como ela se desenvolve é essencial para profissionais da área e empresas que buscam um melhor atendimento. 

Os uso de novas tecnologias continua sendo um desafio, mas pode representar oportunidade de negócios e facilidades ao contador. No caso dos auditores, destaca Tadeu Cendón, do Ibracon, o uso de ferramentas como o armazenamento de dados na nuvem possibilita que o profissional vá além da amostra disponibilizada pelo cliente e consiga analisar o todo. 

A disposição de dados em ambiente on-line está eliminando o problema dos limites de espaço e conferindo mais transparência aos diferentes processos da gestão empresarial. "Muitas vezes, o auditor independente queria acessar e avaliar certas transações e ficava limitado pela falta de espaço no servidor. Hoje, o profissional trabalha com essas informações na nuvem, de forma mais inteligente", diz Cendón sobre o fenômeno que descreve como "Big Data dos dados da empresa." 

Ferramentas como o eSocial, a Nota Fiscal eletrônica (NFe) e outras operações que passaram a ser feitas on-line vem propiciando aos profissionais contábeis o desenvolvimento do seu real trabalho, que é a análise das informações, dos resultados dessas informações e a gestão. 

Mudanças em leis e normas exigem atenção 

As constantes mudanças na legislação tributária são um dos pontos que merecem maior atenção dos contadores. Além disso, os profissionais devem estar atentos às alterações nas normas contábeis e das agências reguladoras, como, por exemplo, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e a Comissão de Valores Mobiliário (CVM).

Conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) sobre a quantidade de normas editadas no Brasil ao longo dos 28 anos da Constituição Federal de 1988, União, estados e municípios editaram 5,4 milhões de normas, que englobam desde mudanças na Constituição Federal à criação de leis para homenagear temas e pessoas.

A prática mais comum são alterações na legislação tributária, que crescem todos os anos e responderam por 6,65% do total de normas editadas no Brasil. Até 2016, foram mais de 363 mil normas sobre a matéria.

Com o fechamento do cerco dos órgãos fiscalizadores, aumenta a responsabilidade sobre os ombros dos contadores. Por isso, toda e qualquer decisão tomada precisa estar bem lastreada e em conformidade com as leis e normas que regem a profissão. Por isso, uma dica é estar bem informado e participar, mesmo que não esteja entre os segmentos obrigados, de cursos, palestrar, seminários e outros eventos voltados à formação.


segunda-feira, 3 de julho de 2017

Empresas optantes pelo Simples precisam de Refis próprio

Fonte: http://emkt.fenacon.org.br/emkt/tracer/?1,4288348,37c9ecba,7cd1


Empresas optantes pelo Simples precisam de Refis próprio, diz Fenacon

As empresas optantes pelo Simples Nacional não poderão aderir ao Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), instituído pela Medida Provisória (MP) 783/2017. É o que determina a Instrução Normativa da Receita Federal 1.711/17, que regulamenta o programa de parcelamento.

De acordo com a normativa da Receita, publicada no último dia 16, “não podem ser liquidados na forma do Pert os débitos apurados na forma do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional)”.

Atenta à discussão da matéria, a Fenacon destaca que as micro e pequenas empresas precisam de um Refis direcionado para esta categoria econômica. De acordo com o diretor político-parlamentar da Federação, Valdir Pietrobon, o deputado Jorginho Mello, presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, deve apresentar um projeto de lei complementar para criar este Refis ainda esta semana.

“O texto atual concede os benefício do Pert, de desconto de multas e juros, somente às grandes empresas, deixando as pequenas de lado. Então, é urgente elaborar uma proposta de criação de um Refis próprio para as micro e pequenas empresas. Estes empreendimentos precisam de iniciativas do poder público que lhes garanta certo fôlego e evite o fechamento da empresa”, enfatiza.

Pert
O Pert permite a inclusão de débitos vencidos até 30 de abril deste ano. Pela proposição, são passíveis de regularização os débitos de natureza tributária e não tributária com a Receita e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), inclusive os oriundos de parcelamentos anteriores, os que estão em discussão administrativa ou judicial, e os que tiverem lançamento de ofício feito após a publicação da MP. O parcelamento poderá ser feito no prazo máximo de 180 meses e os descontos podem chegar a 90% nos juros e 50% nas multas.