terça-feira, 11 de junho de 2013

Imposto na nota já está valendo - Lei 12.741

Fonte: Notícias FENACON

A lei que determina a discriminação do valor dos tributos nas notas fiscais - nº 12.741, de dezembro de 2012 – deve entrar em vigor na próxima segunda-feira, mas o comércio terá prazo de um ano para se adaptar às regras e, ao longo desse período, não será autuado. Um decreto e uma medida provisória em gestação no Ministério da Fazenda – que ficaram delineados em uma quinta-feira de reuniões intensas em Brasília – devem ser publicados até amanhã. A MP modifica pontos importantes da legislação, que, conforme a formatação final, poderá perder a sua finalidade principal da transparência tributária.

“O Ministério da Fazenda está querendo fatiar a lei para esconder a efetiva carga tributária que o consumidor paga na aquisição de produtos e serviços, criando novas exigências e burocracias”, afirma Gilberto Luiz do Amaral, coordenador de estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). De acordo com ele, uma das mudanças propostas pela Receita Federal é a exclusão do cálculo dos impostos de importação e das contribuições previdenciárias. Além disso, está exigindo a identificação dos tributos de forma separada por competências federal, estadual e municipal, quando a lei sancionada previa a informação da totalidade dos tributos. “Com essa exigência, será necessário de mudar todo um sistema já implantado no emissor de cupom fiscal e o parque de software”, explicou Amaral.

A demora na regulamentação da legislação esbarra na complexidade do sistema tributário brasileiro, também responsável pelo atraso de mais de cinco anos na aprovação do projeto de lei pelo Congresso. O projeto foi o coroamento da campanha De Olho no Imposto, promovida por várias entidades sob a liderança da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O movimento logrou reunir mais de 1,5 milhão de assinaturas.

Em todas as discussões realizadas em Brasília em audiências públicas, a Receita Federal se mostrou a mais resistente à ideia da transparência tributária, embora a proposta seja vista com bons olhos pelos brasileiros. Pesquisa encomendada pela ACSP ao Ibope neste ano mostrou que 90% da população quer saber o valor dos impostos embutidos nos preços que paga por produtos e serviços. De acordo com o levantamento, 65% dos entrevistados concordam com a tese de que, sabendo o quanto pagam de impostos de forma indireta, as pessoas passarão a cobrar do governo o melhor uso do dinheiro público. Têm, portanto, consciência de que esta é uma expressão da cidadania.

A Lei nº 12.741 tal qual foi publicada determina a exposição de valores aproximados dos seguintes tributos: Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide); Imposto Sobre Serviços (ISS) e  Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Os estabelecimentos comerciais também têm a opção de afixar cartazes com os valores dos tributos.

As Lojas Renner, Riachuelo e Telhanorte já informam de forma experimental os consumidores sobre a parcela paga de impostos nas compras em algumas de suas lojas a partir de um aplicativo desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Os cálculos são baseados na abertura de dados sobre todos os tributos que deverão ser informados e a incidência de cada um em milhares de mercadorias.
De acordo com Gilberto Amaral, os cálculos foram feitos individualmente, produto por produto, com base no NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) de cada mercadoria, com o objetivo de permitir o cálculo aproximado sobre o total dos tributos em porcentual e em valores, como determina a legislação. O IBPT, em parceria com a ACSP e a Associação Brasileira de Automação Comercial (Afrac), também está fornecendo uma tabela com o valor médio aproximado dos impostos em cada produto ou serviço comercializados no Brasil.


Empresas têm de reduzir exigências para ocupar vagas

Fonte: http://portalcfc.org.br/noticia.php?new=8650, divulgada no dia 10 DE JUNHO DE 2013


"Reduzir exigências para ocupar vagas

REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A dificuldade de encontrar profissionais qualificados é uma das principais queixas do empresariado brasileiro. Por outro lado, há setores em que há excesso de profissionais e por isso faltam vagas.
Para saber quais profissões estão no topo da lista de mais procurados, a Folha ouviu dez das principais consultorias de contratação do país.
O resultado da enquete indica que o apagão de mão de obra é mais acentuado nas especialidades de engenharia, mas também inclui as áreas farmacêutica, de TI (tecnologia da informação), contabilidade e RH (veja a lista completa na página 4).
Uma pesquisa da consultoria Manpower divulgada em maio mostra que 68% dos empregadores brasileiros têm dificuldades para contratar.
Com isso, o Brasil é o segundo país com mais esforço para empregar no mundo, entre 42 analisados, atrás apenas do Japão.
Por esse motivo, ganha força no país a alternativa de flexibilizar as exigências das vagas e apostar em treinamentos para desenvolver o profissional recém-contratado.
A gerente de qualidade e serviços da consultoria Adecco, Fabiane Cardoso, afirma que nas posições mais carentes uma vaga pode levar no mínimo seis meses para ser preenchida.
Cardoso diz também que não faz parte da cultura do brasileiro procurar um emprego melhor quando já se está trabalhando. Na Adecco, 85% das contratações são feitas por “hunting”, ou seja, a busca do profissional que não está procurando uma vaga.
“A carência é tão grande em certas áreas que até aspectos fundamentais estão em falta, como manuseio de máquinas e programas. Portanto, quem sabe pelo menos isso tem uma vantagem grande”, afirma Paulo Resende, diretor de pós-graduação da Fundação Dom Cabral.
Se é difícil encontrar profissionais qualificados em setores tradicionais, a situação é mais grave naqueles que acabaram de surgir.
É o caso do “big data” (busca e processamento de grandes quantidades de dados), área da tecnologia que mistura também estatística e planejamento de negócios.
A multinacional do setor EMC, por exemplo, só conseguiu empregar dois especialistas máximos na função, os chamados cientistas de dados. Um profissional iniciante na área ganha cerca de R$ 330 mil por ano.
Luciano Tozato, 34, um dos contratados, aprendeu a função por conta própria, já que no Brasil não há uma graduação sobre o tema.
Ele nem sequer fez ciências da computação ou estatística. Tozato é formado em administração de empresas e contabilidade, mas sempre trabalhou no mercado financeiro e teve de aprender “na marra” a usar a tecnologia para acelerar cálculos.
“Comprava livros para aprender a usar os softwares e percebi que estava nascendo um novo mundo, a análise de dados, e resolvi entrar.”

O OUTRO LADO
Sobre as profissões em baixa no país, Marcelo Cuellar, gerente da consultoria Michael Page, comenta que certos profissionais podem ter dificuldade para se colocar pelo excesso de formados no país e também pelas mudanças no mercado de trabalho.
“Muitos negócios ficaram onerosos, dependem de menos pessoas ou ficaram muito antigos. Por isso, o formado nessas áreas que não flexibiliza sua atuação corre sérios riscos de desemprego.”
Para as empresas, há ao menos duas opções rápidas para resolver o problema da falta de mão de obra: tirar profissionais já empregados de outras companhias ou contratar especialistas estrangeiros. O problema é que isso sai caro.
Por isso, elas têm optado por reduzir as exigências para algumas vagas.
“Atendemos muitos casos de empresas que já optam por não contratar o candidato 100% ideal. Elas assumem a formação extra dos profissionais que têm bom potencial ou perfil próximo do procurado”, afirma Márcia Almström, diretora da consultoria Manpower.
A montadora Nissan, que no fim de 2013 vai iniciar as operações de uma fábrica em Resende (RJ), está fazendo isso. Osiel Nobre de Jesus, 41, por exemplo, foi contratado neste ano para o cargo de “high skilled operator”, ou seja, especialista em serviços manuais, no seu caso para trabalhar com pintura e polimento.
Ele conta ter apenas o ensino médio completo, mas conseguiu a vaga por já ter trabalhado em fornecedoras de montadoras. “Em minha carreira já fiz muitas coisas diferentes, tive até uma experiência como dono de uma pequena oficina.”
A gerente de recrutamento e seleção da Nissan, Andrea Ianni, afirma que mantém conversas com cada gestor da fábrica para flexibilizar as exigências por causa da grande dificuldade de achar profissionais. “Aspectos como fluência em idiomas ou tempo de experiência são suavizados. Esses funcionários recebem treinamento antes de assumirem o posto.”
FONTES: CONSULTORIAS MICHAEL PAGE,ROBERT HALF, ADECCO, QUALITY TRAININGRECURSOS HUMANOS, ROBERT WALTERS, MERCER, MARIACA, ASAP, 2GET E MANPOWER"

Novo Código Comercial é tema de debate em Natal

Fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/

"Empresários, juristas e representantes sindicais se reuniram ontem, no auditório do Hotel Praiamar Natal, para discutir o Novo Código Comercial Brasileiro. O debate, promovido pelo Sistema Fecomércio em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNC), contou com palestras do deputado federal Laércio Oliveira (PR-SE), vice-presidente da Comissão Especial que analisa o Código na Câmara dos Deputados e vice-presidente da CNC, e do professor doutor Fábio Ulhôa Coelho, autor intelectual do novo Código e presidente da Comissão Especial de Juristas que estuda os aspectos técnicos do projeto na Câmara dos Deputados.
Regulamentado pelo Projeto de  Lei 1572/11, o Novo Código Comercial Brasileiro está em fase de discussão na Câmara dos Deputados e propõe, entre outros tópicos, uma revisão sobre as regras para comércio on-line, títulos eletrônicos e formação de sociedade anônima ou limitada. 

Fábio Ulhôa explica que o principal objetivo da proposta é unificar  o direito empresarial brasileiro, atualmente fragmentado em diversas legislações, como o Código Civil de 2002, a lei das Sociedades Anônimas (6.404/76), a de Falências (11.101/05) e a dos Títulos de Créditos (6.840/80).

“O empresário brasileiro hoje vive um clima de insegurança jurídica. São tantas leis que ele fica sem saber quais são suas obrigações”, analisa Ulhôa. “Para diminuir os riscos, a reação do empresário é aumentar o preço dos produtos e dos serviços repassados para o mercado”.

Para o presidente do sistema Fecomércio, Marcelo Queiroz, a discussão não pode ficar restrita à classe empresarial e precisa, necessariamente, contar com a participação da sociedade. “A criação do novo Código Comercial envolve não só os empresários, mas todos os atores da cadeia produtiva”, destacou. “É uma lei que vai beneficiar a todos e, portanto, deve ser objeto de uma discussão ampla”.

Sem prazo

Atualmente, além das duas comissões técnicas da Câmara dos Deputados, o projeto do Novo Código Comercial Brasileiro também está sendo discutido com a classe  empresarial e acadêmica em universidades e associações comerciais de vários estados brasileiros. No entanto, o projeto ainda não tem data para ser levado ao plenário.

“Acredito que devemos votar até o final do próximo ano, mas isso é apenas uma expectativa. Não há uma data certa”, disse o deputado Laércio Oliveira. “No momento, estamos fomentando a discussão, colhendo opiniões e sugestões dos empresários, juristas e entidades comerciais. Em geral, a resposta tem sido muito positiva.”"