Queda na cotação das ações de algumas companhias já ultrapassa 30% no acumulado do ano até 5 de setembro
Rafael TomazDiante do momento adverso, tanto no mercado interno quanto no externo, e das previsões negativas para o médio prazo, as principais siderúrgicas e mineradoras no país seguem perdendo valor de mercado. E a queda na cotação das ações de algumas destas empresas já ultrapassa 30% no acumulado deste ano.
Entre as companhias de siderurgia destacam-se as duas principais produtoras de aços planos do país. As ações da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), por exemplo, caíram 37,7% no acumulado de 2014 até a primeira semana deste mês, com o valor do papel (USIM5) passando de R$ 13,42 para R$ 8,36. Já as ações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acumulam queda de 30,4%. O papel (CSNA3) foi negociado a R$ 14,04 no primeiro pregão deste ano e a R$ 9,76 em 5 de setembro.
O analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, explica que entre os fatores que afetam os papéis das duas empresas está a piora no quadro do setor industrial. Para se ter uma ideia, a produção de veículos, que consome boa parte dos aços planos no país, caiu 18% de janeiro a agosto ante igual intervalo de 2013.
O especialista aponta também queda na confiança do empresário, o que demonstra tendência de redução no volume de investimentos. Além disso, as projeções do setor siderúrgico para 2014 são negativas, prejudicando a cotação dos papéis na Bovespa.
Além das fabricantes de planos, o momento ruim da economia brasileira impacta também o segmento de longos. Prova disso é que as ações da Gerdau (GGB4) acumulam queda de 26,5% até a primeira semana de setembro. O papel, que iniciou o ano cotado a R$ 18,24, fechou o pregão da última sexta-feira em R$ 13,40.
O analista da Tendências Consultoria, Bruno Rezende, lembra que as siderúrgicas nacionais perderam competitividade frente ao aço importado e reduziram um pouco sua participação no mercado doméstico.
Além disso, completa Rezende, os papéis são influenciados pela expectativa de manutenção de um cenário negativo no próximo exercício. "Em 2015, as perspectivas são de um ano duro", diz. Isto se deve, conforme ele, aos ajustes econômicos que deverão ser feitos no próximo governo e que deverão impactar a atividade.
Rezende acrescenta que as importações também deverão continuar em 2015. A sobreoferta no mercado internacional, aliada ao câmbio valorizado, deverá manter o aço importado competitivo.
Minério - Já a queda de 37,7% no preço internacional do minério de ferro, que atingiu ontem US$ 83,60 a tonelada na China, vem derrubando as ações da Vale. O papel da companhia (VALE3) caiu 18,84% na mesma base de comparação, passando de R$ 34,81 para R$ 28,25 em 5 de setembro.
A desvalorização afeta também as siderúrgicas que produzem a commodity. E algumas empresas, como a Gerdau e a Usiminas, estariam adiando os embarques por conta da queda na cotação internacional do insumo.
Com certeza e o que estamos vendo hoje com esse novo presidente a Petrobras já perdeu bilhões.
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