Fonte: Valor
O grupo Cosan fez uma oferta milionária para entrar no bloco de controle da ALL Logística. A companhia negocia a compra das participações dos acionistas Wilson Ferro de Lara e Riccardo Arduini, respectivamente presidente do conselho e conselheiro da empresa de logística, que, juntas, somam cerca de 5%. O valor dessa operação é estimado em cerca de R$ 900 milhões, apurou o Valor.
A transação está sujeita à aprovação dos demais sócios do bloco de controle da ALL, que vão colocar em votação nas próximas semanas a nova composição acionária da companhia. Procurados, os executivos da Cosan e ALL não foram encontrados para comentar o assunto.
O grupo controlador da ALL é formado pelo BNDESPar, braço de participações do BNDES, com 16,6% das ações vinculadas; BRZ ALL - Fundo de Investimento em Participações, com 18,6%; Previ (fundo dos funcionários do Banco do Brasil), com 6%; Fundação dos Economiários Federais (Funcef), com 5,7%; Judori Administração, 23,7%; Riccardo Arduini, com 7,7%; e Wilson de Lara, com 21,6%. Arduini e De Lara, que negociam a venda de parte de suas fatias, permanecem no controle. Hoje, 62% das ações da ALL são negociadas no mercado.
Maior produtora de açúcar e álcool do mundo, a Cosan tem feito pesados investimentos para se tornar uma empresa focada em infraestrutura. Por meio da Rumo, seu braço logístico, atua no escoamento de commodities agrícolas. Em parceria com a Petrobras na Logum, investe na construção de um alcoolduto. Em 2010, o grupo anunciou joint venture com a Shell para a criação da Raízen, tornando-se uma das maiores distribuidoras de combustíveis no país. A Cosan já tentou, há três anos, sem sucesso, entrar no bloco de controle da ALL.
Ao ingressar na ALL, a Cosan se tornará sócia da maior operadora de ferrovias da América Latina, com malha de 21.300 km e atuação no Brasil e na Argentina. Para a ALL, a entrada da Cosan dá mais fôlego ao grupo, que iniciou em 2010 um plano de diversificação de seus negócios. Sob o guarda-chuva da holding ALL, ficam a ALL Ferrovias, a Brado (contêineres), a Ritmo (transporte rodoviário) e a Vetria (mineração). Considerada espinha dorsal do agronegócio nacional, a ALL tem uma extensa malha no Sul do país e faz investimentos no Centro-Oeste para escoar grãos até o porto de Santos.