Os principais índices acionários da Europa verificam perdas no pregão desta quarta-feira (18) diante da perspectiva mais pessimista do Banco Mundial para a economia global este ano.
Os receios de que o enfraquecimento da Zona do Euro leve a um arrefecimento das economias emergentes levou o organismo bilateral a reduzir sua previsão para a economia global em 2012 e 2013, para 2,5% e 3,1%, respectivamente. As estimativas divulgadas em junho de 2011 indicavam crescimento mundial de 3,6% nos dois anos.
O Banco Mundial também adiantou a recessão no conjunto dos 17 países da moeda única para 2012, prevendo crescimento negativo de 0,3% na região. A projeção anterior era de expansão de 1,9%.
De olho na Grécia
A situação fiscal na Grécia também está no radar dos investidores. O governo grego deve retomar as negociações com seus credores internacionais nesta quarta-feira, com objetivo de definir detalhes sobre um plano de reestruturação da dívida do país, antes da reunião de ministros de Finanças da Zona do Euro, marcada para 23 de janeiro.
Após dois dias de conversações, o encontro entre Atenas e seus credores foi interrompido na última sexta-feira sem um acordo definitivo. A maior disputa entre os dois lados são os pagamentos de juros anuais sobre os novos bônus que seriam trocados pelos antigos.
Segundo informações
da Bloomberg, as partes estariam perto de um acordo. Citando um dos
membros da comissão de credores, a agência informa que os credores devem
recuperar € 0,32 por € 1,00 detido na dívida grega. Já o
primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, afirmou em entrevista ao New
York Times nesta quarta-feira que, se um acordo não for alcançado, uma
lei poderá forçar os credores a aceitarem perdas.
Mercado de dívida
Após
as atuações do governo espanhol e do EFSF (Fundo Europeu de
Estabilização Financeira) no mercado de dívida, agora é a vez de
Portugal testar o apetite dos investidores por seus títulos públicos. O
Tesouro português realizará um leilão triplo de dívida de curto prazo.
Serão ofertados bônus para três e seis meses, além dos primeiros títulos
com vencimento em cerca de um ano, emitidos desde que o país procurou
empréstimo da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Destaques corporativos
No campo corporativo, o sinal negativo também predomina entre os ativos do setor bancário. Em Paris, as ações do BNP Paribas e do Société Générale sobem 1,37% e 1,84%, respectivamente. Em Frankfurt, os papéis do Commerzbank recuam 1,46% e os do Deutsche Bank avançam 0,85%. Em Londres, os ativos do Lloyds perdem 1,30%, enquanto os do RBS e do Barclays têm perdas de 2,27% e 0,70%, nessa ordem.
As mineradoras também aparecem no lado vendedor dos negócios, após os ganhos da véspera, os quais fora impulsionados por dados chineses. No pregão britânico, as ações da Xstrata e as da Rio Tinto se desvalorizam em 0,85% e 0,75%, respectivamente.